2.7.09

Fifa repreende comemoração religiosa do Brasil na África

A comemoração do Brasil pelo título da Copa das Confederações, na África do Sul, e o comportamento dos jogadores após a vitória sobre os Estados Unidos causaram polêmica na Europa. A queixa é de que a seleção estaria usando o futebol como palco para a religião. A Fifa confirmou à Agência Estado que mandou um alerta à CBF pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, já que a manifestação ocorreu após o apito final.

Ao final do jogo contra os EUA, os jogadores da seleção brasileira fizeram uma roda no centro do campo e rezaram. A Associação Dinamarquesa de Futebol é uma das que não estão satisfeitas com a Fifa e quer posição mais firme. Pede punições para evitar que isso volte a ocorrer.

Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes da Europa. Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo. Mas, por enquanto, a Fifa não ousa punir o Brasil.

"A religião não tem lugar no futebol", afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa. Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi "exagerada". "Misturar religião e esporte daquela maneira foi quase criar um evento religioso em si. Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar fora", disse o dirigente ao jornal Politiken, da Dinamarca. À Agência Estado, a entidade confirmou que espera que a Fifa tome "providências" e que busca apoio de outras associações.

As regras da Fifa de fato impedem mensagens políticas ou religiosas em campo. A entidade prevê punições em casos de descumprimento. Por enquanto, a Fifa não tomou nenhuma decisão e insiste que a manifestação religiosa apenas ocorreu após a partida. Essa não é a primeira vez que o tema causa polêmica. Ao fim da Copa do Mundo de 2002, a comemoração do pentacampeonato brasileiro foi repleta de mensagens religiosas.

A Fifa mostrou seu desagrado na época. Mas disse que não teria como impedir a equipe que acabara de se sagrar campeã do mundo de comemorar à sua maneira. A entidade diz que está "monitorando" a situação. E confirma que "alertou a CBF sobre os procedimentos relevantes sobre o assunto". A Fifa alega que, no caso da final da Copa das Confederações, o ato dos brasileiros de se reunir para rezar ocorreu só após o apito final. E as leis apenas falam da situação em jogo.

1 de julho de 2009, Estado de São Paulo

3 comentários:

Rapha Simão disse...

Deixa os caras comemorarem do jeito que eles quiserem. Qual o problema?

Na hora da premiação todo mundo colocou a camisa amarelinha.

Achei animal muita gente da seleção com a camisa de Jesus. O Luis Fabiano foi o que mais me surpreendeu. Está explicada a melhora no comportamento dele, que está refletindo no seu sucesso dentro de campo!

Laurence.O. Martins disse...

cara, até entendo a preocupação...mas se nao me engano um time arabe se ajoelhou e fizeram lá o 'encosta a testa no chão'...e daí!?!

o lance de enfiar Deus no meio de disputas esportivas é algo ilogico...'deus não escolhe uns sobre os outros'...

tbm tem akele lance, sabemos que Deus é Brasileiro! e digo mais, Ele tbm é GREMISTA!...

joy like an ocean!

Dennis Coelho disse...

a associação de futebol da dinamarca tinha que se preocupar em procurar outros irmãos laudrop em vez de ficar enxendo...

garanto que se eles tivessem com outras manifestações quaisquer ninguem diria nada...mas claro que o nome de Cristo sendo proclamado vai incomodar!

tb fiquei surpreso pelo luis fabigol...animal!